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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)

12
Jul14

and not a single secret ingredient to make life worthy. All of it depends on only...you!

 

A minha adolescência foi regada -generosamente- de boa música, envolta em vozes, em timbres, que ainda hoje me fazem arrepiar. Algumas dessas vozes, dessas canções, dessas músicas são para mim bálsamos que, se não apagam algumas coisas, mitigam a saudade, a tristeza, trazem à tona memórias, sorrisos, momentos tão felizes! Não são segredos, são parte da receita de mim, o twist que cada um de nós dá às receitas que prepara e que as torna únicas...sõ uma presença recorrente, confortante, um raio de sol que fura as nuvens...curioso é que gosto, geralmente das minhas músicas nas versões em que me apaixonei por elas, sem misturas, sem pequenas ou grandes alterações...e que ultimamente tenho tido prazer em ouvir as mesmas letras  com outras vozes, duetos, sorrisos...sinal de alguma flexibilidade acrescida, quiçá, efeito da distância temporal ou de uma coisa com a qual me tenho vindo a confrontar,  felizmente, sempre, com um sorriso: a maturidade. 

 

Está inegavelmente presente, na forma como me organizo, desorganizo, nas minhas ((inter)acções, na minha maneira de cozinhar, na minha escrita...nas minhas escolhas and we go along just fine...

 

 

E hoje, quero deixar aqui registo de algumas delas. Ouçam a música, sintam as notas...a vida é feita assim, de arrepios em sorrisos em fins-de-tarde que sabem a paraíso...

 

 

Au Café des Delices - versão original Patrick Bruel - aqui: Amel Bent

La Bohême - versão original Charles Aznavour - aqui: Amel Bent

 

J´te le dis quand-même - versão original Patrick Bruel -aqui: Bruel et Lara Fabian

Je vais t'aimer - versão original Michel Sardou - aqui Sardou et Lara Fabian

 

 

Je te promets - versão original Johnny Halliday -aqui JJGoldman et Patricia Kaas

Je te promets - versão original Johnny Halliday - aqui JHaliday et Amel Bent

 

 

durante anos senti culpa por me guiar pelas emoções, os sentimentos, por sentir tanto tanto...não sei de que outra maneira valeria a pena...

 

 

 

 

 

 

 

 

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18
Mai14

and more often than less dreams of another life....

mais uma semana. agora acho por vezes que o tempo passa depressa. não porque fiquem coisas por fazer ou porque ande a correr mas, simplesmente, ainda agora era sexta-feira e já é quase segunda. fiz tudo, fiz mais do que tinha pensado, foram dois dias preenchidos e felizes mas...já eram. e souberam-me a pouco. 

 

continuo a espantar-me com a desfaçatez das pessoas. com a forma como se apoderam de pequenissímos poderes, como do nada surgem senhoras e se confunde uma aliança com eficiência...ainda espero sempre o melhor dos outros mas já não me falta o ar se me engano. não medir os outros por mim tem-me trazido serenidade. não me importar com as opiniões alheias, alegria. 

 

gosto destes dias, de quando tudo se faz sem correrias. há hábitos ainda por consolidar. há regras para ignorar e outras para rever. mas há harmonia e mais razões para sorrir do que não o fazer. e há liberdade que chegue dentro desta nova rotina. e pela primeira vez em muito muito tempo, um horizonte vazio que não pesa mas alivia...

 

ex granis fit acervis

 

 

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14
Mar14

outras contas

por Lazy Cat

para além daquelas que se fazem com dinheiro, há outras contas a fazer quando se olha para a vida. oh sim, o dinheiro faz muita falta e, ao contrário do que eu disse durante muito tempo o dinheiro é muito importante. mas é relativamente importante. as melhores coisas da vida, como se costuma dizer, não se compram com dinheiro. carinho, amor, família, reconhecimento, etc, são todas coisas que não vêm com preço marcado em euros. se têm preço ou não, é outra conversa, ou são outras contas.... ;-)

 

mas há outras contas a fazer. e para quem tem filhos, uma das parcelas a ter em conta é a escola. outra, quem sabe a mais importante de todas, a capacidade/possibilidade de deixar as crianças serem isso mesmo: crianças, não as obrigando a tomar responsabilidades de que deveriam estar ilibadas, por exemplo. 

 

feitas as minhas (outras) contas, repensadas algumas questões essenciais, olho hoje para a vida com uma calma que raramente me lembro de ter tido ao longo dos últimos 7 anos. mais uma vez virei a minha vida do avesso, ou estou prestes a virar e, francamente, acho que era disso que precisava. inverter o rumo, olhar para as coisas não do ponto de vista consumista ou material mas voltar a ver a vida com olhos de gente, de mulher, de mãe, com um olhar e partindo de um ponto em que está em primeiro lugar o ser. o ser que somos, cada um de nós e aquilo que poderá ser melhor para o nosso conjunto de seres. 

 

se a vida é feita de ciclos, neste aprendi a valorizar as pessoas e as coisas. ou melhor, a dar-lhes um valor justo, ajustado à minha medida, independentemente daquilo que os outros possam achar ou de como valorizem essas mesmas coisas e pessoas. aprendi, ou estou a aprender, o desapego e, mais uma vez o digo, (re)descobri a meiguice e a ternura, assim como aprendi a ser honesta comigo mesma e a separar o aceitável do inaceitável, o desejo do querer, e muitas muitas outras coisas que me fazem escrever este texto e terminá-lo dizendo isto: 

 

façam as contas à vossa vida e, se não derem resto zero, cortem tudo o que estiver a mais, pois o único resultado aceitável é felicidade e, felicidade é uma palavra que se conjuga e deriva das mais inesperadas formas...

 

 

take the time to build a good life...

 

 

 

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22
Jan14

adiar - a dia - ar

por Lazy Cat

tudo faz sentido em conjunto e em separado. é uma coisa que fazemos porque sim, porque não apetece, passa a oportunidade, deixa de ser importante, deixa de fazer sentido ou apenas para nos permitir respirar, encher o peito de ar e seguir. ou então é defeito mesmo e aí...pouco haverá a fazer. tenho por hábito adiar algumas tarefas, como limpar as caixas de entrada de e-mail e outras, com a desculpa de que quero ler antes de apagar. na realidade, só acabo por ter muito mais trabalho mais tarde porque na maioria das vezes, já nada do que deixei por ler me interessa quando lá chego...no entanto, há excepções. 

 

a 9 de novembro de 2012 escrevi a seguinte nota: sobre a generosidade, a gratidão, a solidariedade e outras coisas menores. lembro-me perfeitamente da ironia do meu sorriso ao escrever estas últimas palavras. na linha seguinte tenho: a educação, o respeito, a mentira e a lealdade. a amizade e os afectos. nunca cheguei a escrever sobre todas estas coisas como tinha pensado fazer. hoje, vá-se lá saber porquê, resolvi limpar várias coisas, papelada, tralha de todos os géneros, e também o bloco-notas do iPhone. hoje, também ao encontrar esta nota, a mais antiga de todas, lembrei-me da importância da lealdade e de como sou leal a pessoas que o não têm sido comigo. o que me leva a falar de educação, de respeito e também de uma outra coisa: valores. 

 

mas voltando a esta coisa da lealdade, que só por si já dava para um tratado, tenho a dizer que não compreendo que alguém que um dia dissemos amar, com quem partilhámos a vida por algum tempo, alguém que nos fez sorrir, rir, sonhar e é certo, também chorar, deixe um dia de merecer a nossa lealdade. se não a pessoa em si e tal como é hoje ou como age no presente, acho que devemos ser leais ao que foi a nossa vida em comum, curta ou nem tanto assim, mais ou menos íntima e jamais atirar voluntariamente para a lama a pessoa, seja em que circunstâncias for. reconhecer os defeitos da pessoa não implica nem que ela seja de repente um inimigo a abater nem sequer um inimigo. passou pela nossa vida, por momentos viveu connosco e, para mim, destratar essa pessoa, por mais que possa agir ou ter agido mal, é destratar aquilo que, a determinada altura, escolhemos viver com ela. 

 

tenho muito pouco de santa, mas acredito ser boa pessoa. não no sentido poético e patético da boazinha. mas acredito que há sempre muitas coisas boas nas pessoas, mesmo nas que apenas mostraram o seu pior ou trouxeram ao de cima o nosso pior ao passar pelas nossas vidas. isto é fruto, também da educação. da educação emocional. que não se faz com palmadas, castigos e recompensas mas pelo exemplo. felizmente, tenho e sempre tive à minha volta bons exemplos de gente sólida e ainda assim meiga, forte e ainda assim frágil, franca e por isso mesmo, doce. 

 

amigos e amigas passaram pela minha vida, namorados, marido, companheiro. entraram, iluminaram por momentos o meu caminho, partilharam o meu caminho de maneiras várias e saíram. de outras vidas, eu saí. todos foram importantes e por todos tenho um carinho especial. às vezes com saudades de quem não vejo há muito, outras vezes com compaixão, outras ainda com sentimentos que ainda me fazem cerrar os dentes e de que não me orgulho tanto assim, vou-me lembrando. e, quanto mais o tempo passa, mais ficam apenas os sorrisos e os abraços, os beijos, as ternuras, coisas boas, muito boas, que acarinho e espero nunca esquecer. 

 

e hoje, mais de um ano depois de ter decidido falar de generosidade, gratidão, solidariedade, educação, respeito, mentira, lealdade, afectos amizade e outras coisas menores, acho que consegui. se bem que falte dizer muito! tanto tanto, aliás! sou grata por todas as pessoas que entraram na minha vida até agora, por saber o que é  a lealdade, a amizade, o respeito e a generosidade ainda que muitas vezes tenha tido que provar ( e ver) os contrários para saber definir todas estas palavras e sentir tudo aquilo de que hoje sou capaz! 

 

 

 

 

a imagem é daqui e o texto que a acompanha vale muito a pena ser lido (está in english, of course). 

 

 

 

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para evitar os últimos, os tropeções, há já vários anos que deixei de tomar decisões de ano novo, vulgo resoluções, desejos, ou declarações de intenções...ainda assim, tenho por hábito fazer um balanço, o mais exaustivo e independente possível (assim como se estivesse a ver outra vida qualquer e não a minha, sentada tranquilamente numa sala de cinema) e, regra geral, encontro coisas boas para celebrar. 

 

este ano, à semelhança de 2012, foi um ano duro. um ano de decisões tomadas à força, um ano de separações ( e felizmente reencontros), um ano de aprendizagem a muitos níveis. foi o ano em que percebi que se quero algumas coisas na vida, é preciso não só desejar e lutar por elas. é preciso abrir espaço para que elas entrem e tenham onde ficar. foi em 2013 que aprendi que, por mais que se goste, e por isso mesmo se tente ajudar, às vezes a melhor ajuda é não fazer nada (eu já sabia isto, em teoria, agora já sei como se faz na prática) e que dói muito fazer força para manter os braços cruzadas enquanto vemos gente de quem gostamos degladiar-se com a vida.

 

aprendi que é preciso deixar ir tudo o que não interessa. amigos, família, tradições, hábitos, manias, objectos. não há espaço para tudo, é preciso optar e, por mais que as pessoas, as coisas e as memórias façam parte de nós, às vezes é preciso passar por uma ecdise, exactamente como a cobra, e ficar tão apertada dentro da própria pele que por si-mesma ela se rompa para possibilitar o crescimento.

 

crescer é também perceber que há gente que mantemos na nossa vida não porque nos faz bem, mas porque lá está, e deixar de ter essas pessoas no nosso espaço. e varrer sem hesitar o pó que deixaram a assinalar a presença, lavar o chão e sentir o prazer de um espaço livre, limpo. onde antes havia um peso inútil há agora milhares de possibilidades. até a de deixar o espaço vazio deixando circular o ar livremente. 

 

talvez seja para isto que servem o outono e o inverno. para nos concentrarmos no dentro. dentro de casa. dentro de nós e,  assim como os dias são mais curtos e frios, sermos curtos e frios nas escolhas do que se deve ir antes do ano findar. porque de nada vale querer mundos e fundos para qualquer ano novo se a casa (física e não só) estiver atulhada de coisas velhas, com, no meu caso, mais de quarenta nos. não há espaço para tanto, por mais arrumados que sejamos, todo o espaço é finito. 

 

aprendi a amar. aprendi a perdoar e, aprendi a aceitar. a lamentar sem ter que obrigatoriamente interferir. a chorar só para mim, porque na verdade, não acredito que alguém perceba inteiramente a dor do outro. logo, apenas nos podem dar uma coisa: um ombro onde chorar. ainda assim, vamos estar a chorar sozinhos. ah! aprendi que não faz mal chorar. e que se pode maldizer a vida. não se pode é ficar por aí...é preciso também agradecer à vida. as benções e as lições. e tratar de pôr mãos-à-obra! 

 

descobri que a minha importância, no meio de tudo isto é relativa. mas que a partir do momento em que passei a ser importante para mim, a minha importância para os outros cresceu. ok, sim, podem dizer à vontade: eu já sabia isto tudo! claro! claro que sabia! já tinha lido, era até capaz de já ter aconselhado alguém a cuidar-se mais, valorizar-se mais, querer-se mais....mas daí a por a coisa em prática...vai uma vida! anos de uma vida! e não é de um dia par ao outro que se deixa de estar focado em ajudar o outro e se percebe que primeiro, estou eu. que se quero ajudar alguém, tenho que estar viva e inteira e que, se para ajudar alguém a minha integridade for posta em causa, não estou a ajudar a pessoa certa... 

 

aprendi também que empurrar com a barriga não é remédio. da situação mais corriqueira à mais delicada. da vizinha chatinha que molha as escadas todos os dias de manhã cedo (raios, a partam! afinal as empregadas do condomínio lavam as escadas, se não ficam bem, mais vale falar com elas do que ter esta trabalheira todos os dias) à ex do ex que não me sai da frente. ignorar, fingir que não importa, que a senhora até lava as escadas e é bom para todos, procurar ver o lado do outro e desculpar comportamentos que nos incomodam, por minimamente que seja, é má politica. nada como bater um dia à porta da vizinha e pedir-lhe que por favor, lave as escadas meia hora mais tarde: assim entro e saio com o cão e volto a sair com o filho e não fico com sentimentos de culpa por andar  pisar o chão acabado de lavar. a vizinha não se importa, sorri. e passa a esperar que eu saia para lavar as escadas. foi fácil. o resto também foi. 

 

aprendi que por vezes, a teimosia compensa. e por vezes nem tanto assim. descobri que não estou disposta a vender o que sei e o que faço de melhor a qualquer preço. que o meu saber vale muito e que sou eu e eu apenas quem decide qual é o preço mas, descobri que em vez de querer à força que valorizem o que tenho para dar, talvez seja mais fácil ir ao encontro de quem valoriza...se é que me faço entender. como no amor, em vez de insistir em querer que alguém tenha a capacidade de me ver por inteiro ( e às vezes até tem) talvez seja mais fácil acreditar que há quem tenha essa capacidade sempre e a perca por vezes para rapidamente a reencontrar...

 

descobri que a vida se faz num equilibrio delicado entre ter o que se gosta e gostar do que se tem. que não gostar do que se tem não serve, que para isso mais vale viver com o desejo (sonho) do que se gostaria de ter. descobri que levar os sonhos na mão, bem fechados, pode sufocá-los. é preciso guardá-los no bolso, sempre presentes, mas manter as mãos livres para os construir, a alma livre para os perseguir, um coração aberto e a mente sempre curiosa e inquieta. aprendi que ser feliz é nunca deixar de acreditar!

 

aprendi a gratidão e o poder imenso de se valorizar tudo quanto se adquiriu. aprendi a mudar de registo, quando o disco já deu todas as voltas e a agulha se limita a fazer um ruído estranho depois de acabada a música...percebi que a paz também se constrói na ausência, no silêncio, no afastar. e que a alegria é um estado de espírito permanente, pontilhado de tristezas cintilantes aqui e ali, e não o contrário. e, acima de tudo, chego ao final de 2013 com a certeza de que tenho em mim e comigo tudo quanto é preciso ter para aceitar e superar os desafios de 2014, e, hopefully, viver a sorrir 24 horas de cada vez, semana a semana, mês a mês, até voltar a fazer mais um balanço, mais uma vez...

 

assim, à laia de resumo de 2013, fica uma ideia que já tinha publicado antes. 

 

 

 

it did. I'm free. 

 

 

 

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17
Dez13

enquanto eu passo ao lado do mar, devagar, meio perdida em pensamentos que um enorme rebentar de espuma branca me faz largar. é quase Natal. Ainda não tenho metade dos presentes terminados. e nem são muitos. pelo filhote, e não por mim, lá vou entrando no espírito. eu gosto de deste tempo, das reuniões de família, de tudo isto. mas uma parte de mim está como o dia, apagada e cizenta. 

 

parece muito mais cedo, a cidade está deserta. os estacionamentos vazios. a cidade já está de férias. férias de uma realidade que me parece sempre mais fácil do outro lado. e estou firmemente decidida a recuperar o brilho, a cor. a procurar soluções em vez de remoer problemas. mas os dias passam e no frenesim do que tem que ser, perco-me ainda no que devia e não consegui, não chego aonde queria, não faço.  

 

e então, penso em tudo quanto mudou, tudo quanto tenho conseguido manter, a estabilidade recuperada, a custo e precária, mas existe. o sorriso do meu filho, lindo, terno, maduro. maduro demais, penso por vezes, para um miúdo de 11 anos. canta. e ri-se. e não se queixa. o cão e a gata que afinal até se entendem muito bem, a casa que é tão quentinha que ainda nem precisámos de aquecimento! os dias preenchidos e o acordar com mimos! o compreender, interiormente, que tenho o que é preciso. apenas faltam acertar algumas agulhas. 

 

tudo quanto é importante faz parte da minha vida: família, carinho, trabalho, sol, mar, livros, escrita. a liberdade. de escolher ou não. de fazer ou não. de estar ou não. não sei se há coisas mais importantes ou se há alguma coisa mais importante e melhor base para se construir uma vida que a certeza absoluta de que estamos a fazer o que sabemos que está certo. 

 

porque no fim das contas, tanto quanto sei, o que vale é o coração. cheio de amor.  ou de arrependimentos. e eu gosto de sorrisos! 

 

 

 

sem certezas quanto às origens deste texto, deixo-vos aqui uma boa tradução do mesmo e, desejo-vos uns excelentes dias finais de 2013. 

 

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16
Dez13

não é

por Lazy Cat

ordem não é arrumação, como virtude não é aparência

oração não são palavras, como amor não é tacto, 

reforma não é envernizamento, como estudo não é leitura, 

caridade nãoé só "dar", como humildade não é abaixar-se

bondade não é mansidão que se omite, como alegria não é riso, 

felicidade não é ócio, como dor não é choro. 

 

foi assim que começou o meu dia, abrindo um livro ao acaso. tudo isto faz imenso sentido! assim como faz sentido, no seguimento de uma conversa que tive este fim-de-semana, que as mudanças sejam lentas e por vezes nem aconteçam. porque, para mudar, é preciso que algo muito mas muito forte nos impulsione e são, geralmente as coisas menos boas que conseguem ter essa força. porque mudar, mudar de atitude, pegar nas rédeas das coisas, custa. requer esforço e uma capacidade quase infinita de cair e levantar, falhar e recomeçar. todos os hábitos podem ser alterados, mas consolidar um hábito, requer tempo e muita força de vontade. e, para além de reconhecer os sinais, fazer-lhes caso. 

 

estou cansada, este foi mais um ano de grandes desafios, de desgaste, de mudanças a vários níveis. se tivesse que usar uma única palavra para descrever este ano, escolheria crescimento: cresci, cresceu a minha noção de algumas coisas, cresceu a minha vontade de dar a volta à vida, cresceu a minha capacidade de ouvir, a minha vontade de conseguir. tudo muito frágil ainda, em crescimento ainda, mas sempre comigo, um crescimento lento mas que se vai consolidando. 

 

este fim-de-semana também, tive oportunidade de perceber que, de facto, às vezes achamos que queremos muito algumas coisas. então, a vida coloca à nossa frente essas coisas. com um twist. no meio de tudo aquilo que achamos querer, como algo muito importante, ou, para chegar a tudo isso, há um obstáculo a transpor. perante tudo o que está do outro lado, ponderamos. mas, valores mais altos se levantam, que são os nossos, e não somos capazes de abdicar de alguns deles, ou de um sequer, para chegar ao tão almejado conjunto de coisas. e por vezes, esta barreira, pode até parecer fútil, podemos até, por momentos, considerar que deitar a perder um conjunto tão significativo de coisas importantes para nós por um pormenor é algo próximo da idiotice...mas, assim aprendemos mais um pouco sobre quem somos. e não há mal em querer-se tudo. ou em perceber que afinal há coisas mais importantes do que aquelas que achamos querer tanto...e aprende-se mais um pouco. e aceita-se que não se é perfeita. 

 

e aceitar é mais um passo para o amor incondicional de mim-mesma. e descobri também que afinal até sei ler os sinais. e que sei descartar sem ficar com culpas o que não me serve. e que, ignorar consistentemente uma questão, não é tomar uma atitude. tomar uma atitude é praticar uma acção. ignorar, faz com que a coisa nos volte várias vezes ao caminho. lidar com é arrumar as coisas, arrumar a casa, destralhar a vida.  porque cada coisa a menos que pesa, dá espaço de manobra para pegar noutra(s) com menos esforço. 

 

não, não é fácil. nem sempre. mas vale a pena. não, não é rápido, mas faz ganhar tempo. não, não é indolor, mas torna-nos imunes... e sim, a melhor forma de não ter problemas, é lidar com eles e arrumá-los, focados não nos problemas, mas nas possíveis soluções! e não, não se sabe, mas aprende-se! e ao aprender...crescemos em todos os sentidos! e sim...às vezes é preciso: 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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04
Nov13

parece-me um excelente nome para uma recolha de crónicas! ou de notas soltas, precisamente. agrada-me. talvez ainda se faça disso alguma coisa digna de ser lida. quem sabe.  mas o assunto hoje volta a ser destralhanço e organização. consegui recompilar algumas receitas e retomar o meu ficheiro, pelo que tenho uma semana inteira de refeições planeadas. e, note-se, usando aquilo que já há em casa, pela maior parte. o meu fim-de-semana foi produtivo e estou contente comigo mesma neste aspecto. também consegui organizar algumas coisas das formações, o que contribui para este meu ar de contentamento e, fui à praia...esta sim é a verdadeira vitória! 

 

a pedido do meu filhote mais lindo, passámos grande parte do sábado na praia. obviamente a primeira resposta que me veio à cabeça foi: "não pode ser, a mamã tem muito que fazer". mas, de vez em quando tenho esta capacidade (gostava de a ter mais vezes) de sentir e ir pelo sentimento em vez de ir pelo pensamento. a praia estava cheia de restos mortais de medusas...e de cães. mas o flokito é um cachorro bem comprtado e além dos banhos (que o apanharam de surpresa) e das corridas para a toalha para se esconder das ondas, esteve sempre perto de nós e, creio que se pode dizer sem dúvidas, tão feliz quanto nós dois por estar solto numa imensidão de água, areia e sol! 

 

não li, não ouvi música, não levei trabalho para fazer só usei o telemóvel para tirar fotografias às pestes e ao mar, ao meu mar da infância...contei estórias da minha infância ao T., de como passava o Verão entre o Guincho a Ericeira e a Costa, os castelos cobertos de alforrecas (se eram perigosas ou não, ou não sabíamos ou não queríamos saber), o sol que desaparecia lá ao fundo e eu, despenteada e feliz, que ia arrastada para fora da praia porque, se pudesse, vivia sempre lá. adormecia e acordava a ver e ouvir o mar... foi um sábado no mínimo cinco estrelas! 

 

consegui durante muito tempo, sem esforço, manter-me no presente, no momento, e, soube-me e sabe-me bem. estou onde quero estar e, se considero que faltam coisas muito importantes, a verdade é que sei, sinto, palpita em mim a cada bater de coração, a certeza de que estou no caminho certo. por uma vez, com a maior das calmas, sem urgências, sem "ter ques". a vida acontece e eu faço parte dela, e é muito mais fácil quando nos deixamos levar. 

 

terminadas as considerações meli-mélo acerca da minha vidinha feliz, preciso ainda de destralhar uma coisa e urgentemente: a minha mala! carrego o mundo e mais três realidades lá dentro e, como faço cada vez maiores percursos a pé, é absolutamente vital que o peso que trago comigo diminua. Já tratei do peso virtual e de cortar amarras que me mantinham presa ao passado agora, a mala! se soubessem tudo o que lá tenho dentro que nunca uso!!! (e/ou que quando faz falta ficou na outra mala....)

 

boa semana, pessoas. 

 

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é isto que diz o feng-shui. e, sem sequer saber disso ainda, é o que pretendo fazer a (quase) todo o tipo de bijuteria que anda lá por casa! há já algum tempo que voltei a usar apenas umas duas ou três peças, de prata. se bem que tenha algumas de ouro, eu gosto mesmo é de prata e de alguns trabalhos em ouro branco. nem todos. mas voltando à tralha: durante muitos e muitos anos tive poucas coisas mas de que gostava mesmo mesmo, tipo para sempre! e sim, só estou a falar de acessórios como brincos, pulseiras e aneis. tenho pouco colares, não gosto de usar coisas penduradas ao pescoço nem golas altas nem nada! 

 

mas tinha e tenho, algumas peças, a maioria de autor/únicas de que sei que vou gostar para sempre. não, não custaram cinco ou dez euros na loja da esquina, não são iguais às que toda a gente usa, mais fio menos fio, mais cor menos cor e certamente não são descartáveis nem confundíveis. deixei-me levar por alguém, durante algum tempo e tentei mudar isso. ter mais coisas, mais na moda, mais baratas, eu sei lá! é verdade que há muitas coisas giras no meio da "tralha", como é verdade que todos os colares me foram oferecidos, não comprei nem um! e vou dar tudo! tudo tudo aquilo que não me apetece usar vai sair lá de casa rapidamente porque sim! 

 

algumas coisas, apesar de terem sido super mega baratas, são coisas que amo e vão ficar. mas a maioria vai desaparecer das minhas famosas caixinhas. e a seguir irão algumas das caixinhas também! a outra novidade, esta sim realmente estranha é que quero usar um fio. não sei ainda bem de que tipo/material/feitio mas será para andar sempre comigo. provavelmente será um fio de prata. quando o encontrar, sim, porque estas coisas são assim, as minhas coisas e eu encontramo-nos, eu mostro-vos. entretanto, bom fim-de-semana que eu vou destralhar a caixinha das "joias". 

 

 

PS: quanto ao ZTD e à micro-agenda que já tinha comprado...a agenda irá servir de lembrancinha para alguém no Natal que voltei aos meus Moleskine note books e week-planner! 

 

remember...it's so short and precious....grab it! 

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16
Set13

os ciclos desta vida

por Lazy Cat

quando eu era pequena, era da primária para o ciclo. agora já nem sei bem o que lhe chamam...mas não é isso que interessa. interessa que, ao entrar para o 6º ano, o meu filhote entra, também, para a quarta escola da vida dele. caramba, não querendo dar muito nas vistas à frente dele, a verdade é que é duro andar sempre a mudar! e sei muito bem do que falo! 

 

se por um lado tento ver tudo isto como uma unvaluable (acho que não sei dizer isto em português!) experiência de vida, tenho que ver que os créditos ganhos agora, ou ao longo dos últimos 4 anos, só lhe serão válidos daqui a muitos outros e por enquanto, a única coisa que ele tem são colegas novos, professores novos, salas novas, regras novas...tudo novo e cada vez menos fácil. tem a sorte de ter uma cabeça que parece funcionar sozinha, o que facilita, mas, ao contrário do que eu esperava, produzi um filhote ansioso...coitadinho! há três dias que tem dores de barriga...calado. jamais se queixou ou queixará, por mais difícil que a nossa vida tenha sido/seja/venha a ser. se o termo "miúdo de ouro" se aplica a alguém , o T. merece-o sem dúvida e à grande! 

 

eu não estudei cá. a azáfama de livros escolares, materiais que só se podem comprar à medida das directivas/exigências dos professores das respectivas disciplinas e outras especificidades de um país onde os pobres (de espírito) se insurgem contra a forma como o Estado resolve repartir/ atribuir-lhes os subsídios, onde até ao primeiro dia de aulas não há professores para todos os alunos, onde não se sabe ainda exactamente qual o horário e muitas outras coisas...já nem vou dizer que tudo isto me confunde. direi apenas que tudo isto ultrapassa o meu entendimento. eu estudei num país de ricos. é verdade. se bem me lembro, em cerca de doze anos de escola(s) comprei dois livros. os restantes eram alugados à escola por um valor fixo mensal e, se estragasse, tinha que pagar novo. os materiais? quando não houvesse na escola tudo ou aqueles que nos serviam também para "casa" não mudavam de apelido de professor em apelido de professor e como, tal, era possível, durante as férias escolares, em qualquer horário que desse jeito aos pais, recolher junto da secretaria a lista de materiais e fazer as compras sem pressas, repartindo até, se necessário fosse, os custos por dois ou três meses. mas isto...é outra conversa! 

 

hoje, 16 de Setembro de 2013, desejo-te, meu filho lindo, que o dia corra maravilhosamente bem e que esta nova escola "se porte muito bem", que os colegas sejam simpáticos e que o teu dia seja repleto de calor (humano), luz, alegria e boa disposição. até no horário (provisório) és um miúdo cheio de sorte, que isto de ter a segunda e a sexta à tarde livres não é para todos! amo-te miúdo lindo! good luck! e desejo do fundo do coração que tenhas lugar na equipa de vela!!!!!!!!!

 








"I just heard, from a little bird
That there's someone who needs to unwind

So I'll pave the way, for a bright sunny day
I just need to know what's on their mind?

First Day at the new school........Oh right! 

Good luck from the lucky duck even if you're really stuck
Don't have a heart attack better not give a quack
I'll tell you what I'll do, I'll send all my luck to who.........?

T.......That's you

I'm all you need, I'm certain you will succeed
Now that you've heard this song, sung just for you
So I'm your feathered friend, so let us hear once again
What's this big thing that they'll have to do........?

First Day at the new school........Oh right! 

Good luck from the lucky duck even if you're really stuck
Don't have a heart attack better not give a quack
I'll tell you what I'll do, I'll send all my luck to who.........?

T. ...That's you

I just heard, from a little bird
That there's someone who needs to unwind

So I'll pave the way, for a bright sunny day
I just need to know what's on their mind?

First Day at the new school.......Oh right! 

Good luck from the lucky duck even if you're really stuck
Don't have a heart attack better not give a quack
I'll tell you what I'll do, I'll send all my luck to who.........?

T. ........Good luck from the lucky duck!!!!"

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no thing

No luxury and no comfort, no delight and no pleasure, no new liberty and no new discovery, no praise and no flattery, which we may enjoy on our journey, will mean anything to us if we have forgotten the purpose of our travels, and the end of our labours (Isaiah Berlin)





"If you are lucky enough to find a way of life that you love you have to find the courage to live it."
John Irving