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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)
Passo muito tempo a pensar -e culpar-me- por ser uma mãe chata. Aquela mãe que está sempre a corrigir a postura, a chamar à atenção, a dizer que " se pomos faca e garfo na mesa é para usar os dois" que "sim lavas os dentes quando acordas e depois do pequeno-almoço outra vez" e muitas outras coisas deste género...dou por mim muitas vezes a pensar se todos os momentos de mimos e risos e brincadeira compensam uma vida inteira de chamadas de atenção e a tentar, a cada dia, ser um pouco menos chata ou encontrar forma menos incisiva de dizer determinadas coisas porque a verdade é que me orgulho tremendament do meu filho, é um menino doce, compreensivo e meigo, inteligente e curioso que ocupa todos os primeiros lugares dos pódios da minha vida!
E depois tenho dias como este, em que tenho a possibilidade de o comparar durante várias horas ou dias de muito perto com outros meninos e, percebo que o trabalho de mãe, se bem que seja pesado no dia-a-dia e nos encha de dúvidas, é fazer dos nossos filhos meninas e meninos que não só nos encham de orgulho mas sejam elogiados e apontados como exemplo, que saibam estar em qualquer ambiente, em qualquer situação, não deixando de ser crianças, com tudo aquilo que lhes pertence...
Sou a mãe chata. Isso o meu filho já sabe. Até que ponto saberá o quanto me orgulho dele todos os dias???
The best way to make children good is to make them happy.
Oscar Wilde
para além daquelas que se fazem com dinheiro, há outras contas a fazer quando se olha para a vida. oh sim, o dinheiro faz muita falta e, ao contrário do que eu disse durante muito tempo o dinheiro é muito importante. mas é relativamente importante. as melhores coisas da vida, como se costuma dizer, não se compram com dinheiro. carinho, amor, família, reconhecimento, etc, são todas coisas que não vêm com preço marcado em euros. se têm preço ou não, é outra conversa, ou são outras contas.... ;-)
mas há outras contas a fazer. e para quem tem filhos, uma das parcelas a ter em conta é a escola. outra, quem sabe a mais importante de todas, a capacidade/possibilidade de deixar as crianças serem isso mesmo: crianças, não as obrigando a tomar responsabilidades de que deveriam estar ilibadas, por exemplo.
feitas as minhas (outras) contas, repensadas algumas questões essenciais, olho hoje para a vida com uma calma que raramente me lembro de ter tido ao longo dos últimos 7 anos. mais uma vez virei a minha vida do avesso, ou estou prestes a virar e, francamente, acho que era disso que precisava. inverter o rumo, olhar para as coisas não do ponto de vista consumista ou material mas voltar a ver a vida com olhos de gente, de mulher, de mãe, com um olhar e partindo de um ponto em que está em primeiro lugar o ser. o ser que somos, cada um de nós e aquilo que poderá ser melhor para o nosso conjunto de seres.
se a vida é feita de ciclos, neste aprendi a valorizar as pessoas e as coisas. ou melhor, a dar-lhes um valor justo, ajustado à minha medida, independentemente daquilo que os outros possam achar ou de como valorizem essas mesmas coisas e pessoas. aprendi, ou estou a aprender, o desapego e, mais uma vez o digo, (re)descobri a meiguice e a ternura, assim como aprendi a ser honesta comigo mesma e a separar o aceitável do inaceitável, o desejo do querer, e muitas muitas outras coisas que me fazem escrever este texto e terminá-lo dizendo isto:
façam as contas à vossa vida e, se não derem resto zero, cortem tudo o que estiver a mais, pois o único resultado aceitável é felicidade e, felicidade é uma palavra que se conjuga e deriva das mais inesperadas formas...
take the time to build a good life...
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