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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)
Descobri que afinal, o maior dos enganos não é ser enganado ou enganada por alguém. Pior, muito pior do que isso, é o engano permanente em que nos votamos a viver. Não tinha esta noção tão clara até há poucos dias atrás mas entretanto percebi que é possível construir uma teia de falsidade tão grande à nossa volta que não há como a desfazer. Não só não há como deixa de se ter noção de que se vive num engano permanente, numa situação em que tudo é automaticamente virado em algo de até bom, na verdade. Se bem que aprecio a capacidade mental necessária para se fazer isto, lamento profundamente a pessoa que tem esta estrutura tão bem montada e oleada que já não sabe agir senão por reflexo para manter o status quo, para se manter dentro de um engano razoável em que se consegue iludir, acto após acto, cliché após cliché. Lamento.
Lamento quem quer que seja que viva num engano permanente de si próprio, rodeado de ideias feitas sobre quem é e como vive, tão afastado de si que se confunde com alguém que de facto vive, não como se cada segundo fosso o último mas com a consciência de que cada minuto pode ser o último, apreciando tudo quanto é feito pelo que é e não pelo facto de estar a ser feito. Viver no engano é fácil. É ficar dentro da zona de conforto. Querem mais confortável que não sair de onde se está e recusar ver que o mundo à nossa volta muda e que estamos a ficar cada vez mais desalinhados? Sim, é verdade, o desalinho pode ser uma opção. Mas viver no engano desta maneira já deixou de o ser. Passou a ser a única solução para se conseguir viver. Construir uma utopia permanente na qual o enganado é um ser superior a todos os outros e está sempre certo. Hoje fico feliz por ter, muitas vezes, consciência das minhas múltiplas falhas.
Leitura recomendanda:(sim, eu agora recomendo livros!)
O Cavaleiro da Armadura Enferrujada - de Robert Fisher
Para quem não gosta de ler:
O Cavaleiro da Armadura enferrujada em vídeo
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