As palavras dos outros são por vezes aquelas que gostaríamos de ter dito, escrito. Aquelas que, mais que tudo, quereríamos ter sabido alinhar assim e que dizem tanto e que dizem quase tudo...como eu não teria sabido. E que fazem, apenas, todo o sentido.
Encontra-me
Procura-me. (e por favor) Encontra-me. Estou naquele lugar que toda a gente conhece, mas ninguém sabe onde fica. Tu sabes onde eu estou. Eu não. Habita os meus dias. Aqueles. Que acontecem totalmente em mim. Apenas por dentro. Em garfos. Sob os cascos do tropel de mil cavalos.
Olha bem para mim.
Não sejas como o espelho que se enfastia. As suas imagens têm travo a carne seca. A ideias gastas. Desilusão de vida. Língua que mordo. Portas que batem sem se abrir. Sentimentos espalhados pela rua, que a chuva leva.
Se soubesses…
Não são os dias que são sombrios. Não são os sons que são tristes. Não são as flores que murcham nem as palavras que me prendem. SOU EU! Eu é que existo a ferros. Sou todo espinhos. Peso. Noite. Em tempestade(s). Gastas.
Continua aqui
Obrigada FP