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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)
Por vezes, mais vezes do que parece possível, dizemos ou, pior ainda, escrevemos tudo aquilo que precisamos de ler mas, ironia do destino, não damos por isso! Quando alguém escreve coisas como “concordei em confiar” está na cara que lá no fundo não confia. Mas, em vez de parar para se reler, interiorizando o sentido das palavras escritas, ficamos presos à ideia, neste caso, de algo como: “Aceitaste, não quiseste dar parte de fraca, agora tens que levar isto até ao fim”. O que pode ser de louvar em muitas circunstâncias. NUNCA quando se trata de confiar! Como é possível alguém “concordar em confiar”?! Confiar é uma coisa que vem lá do fundo! Que nos é tão natural como reter a respiração! Nós, à partida, desconfiamos! Analisamos, perscrutamos e depois, se tivermos bases para isso, avançamos! E isto é assim desde que somos crianças! Aliás, as crianças que nós já fomos avaliavam muito melhor pessoas e situações do que os adultos em que nos tornámos. Sim, estavam livres do peso da experiência….e isso por acaso é algo que abone a nosso favor? Não, pois não? Se em crianças sabíamos fazer tão bem e ao longo da vida tivemos tantas oportunidades de aprender…devíamos ter aprendido. Ter aprendido entre outras coisas que, chegado ao ponto em que a criança, depois de uma avaliação cuidadosa decide depositar confiança em alguém, não o faz concordando de mau grado com algo que lhe está a ser pedido por alguém! Podem vir pais, avós, a família inteira; quando a criança decide que “não gosta” de alguém, nada a faz mudar de ideias! A não ser, por vezes, o tempo e, mesmo assim, será sempre uma relação cordial e jamais uma relação do coração! Concordar em confiar são dois-terços-de-caminho-andados para a tristeza e a desilusão. Se não é de coração, se não é lá do fundo fundo, se requer esforço, provavelmente não é o que devia ser. Não sei grande coisa, tanto assim é que a vida ultimamente se tem encarregado de me ensinar uma série delas da pior maneira e no entanto sei que fazer o que quer que seja que não envolva os cem por cento do coração ou que nos deixe com um por cento de dúvidas ou incerteza é a receita perfeita para o descalabro. Sobretudo se envolve pessoas de quem gostamos. Seja ele muito, mais ou menos.
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