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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)
"amor es el juego en el que un par de ciegos juega a hacer-se daño"
mesmo sabendo e sentindo que não é sempre assim, ou que não é suposto ser assim, ou que se se magoam é porque não há/é Amor, não deixo de sentir esta frase como verdade de certa maneira. porque, em nome do Amor, todos já cometemos as maiores barbaridades. e todos dissemos pelo menos uma vez sofrer por amor. é mentira, sofre-se por falta de Amor.
seja como for, o Amor toca e provoca todos os outros sentimentos, carrega em cada um de nós uma multitude de botões (que muitas vezes nem sabíamos ter) e obriga-nos a enfrentar o melhor e o pior de nós. sim, é exactamente isto. e sim, o Amor dá trabalho. muito. e sim, o amor faz sofrer. mas só quando deixa de estar, de ser (de nos ser retornado) na medida em que o desejamos (ou achamos que precisamos!)
esta imagem é de um dos filmes que mais me marcou no último ano. vi este filme sozinha entre vários, numa sala de cinema pequena, e pude observar muitos dos que lá estavam comigo, à saída, e sei que quase todos foram tocados profundamente pelo filme. vi sair um casal de mãos dadas, silenciosos, muitos encostadinhos um ao outro, os olhos no chão. mulheres e homens sós. todos em silêncio. vi o pequeno grupo que estava na sala debandar, literalmente. cada qual para seu lado e muito depressa, não fossem os outros ler-lhes nos olhos as emoções, as lágrimas contidas, as desilusões, os sonhos ainda, as esperanças, os quereres, os sofreres..
durante o filme, respirámos em conjunto, escondemos lágrimas em conjunto, retivemos juntos a respiração. mas isso foi ao abrigo das luzes apagadas. à luz branca e fria das lâmpadas fluorescentes, todos baixámos a cabeça e saímos porta fora, à procura de algum tipo de aconchego.
sabem porque é que vos digo que Amor não faz sofrer e é uma coisa boa?
nessa noite em que voltava sozinha para casa, percorrendo uma estrada vazia, escura; nessa noite, enquanto era assaltada por milhares de sentimentos e sensações, e em que, confesso, me senti mais sozinha do que me lembro de alguma vez ter sentido (excepto um dia numa estação de comboios), ele telefonou. foi ele quem me acalmou, me afagou a alma e o coração e falou comigo até eu conseguir adormecer.
amar não nos torna perfeitos, amar não nos impede de cometer erros. e, se é um jogo em que nos ferimos, sofremos e magoamos, não é por amor, mas por tudo o que há em nós por curar e que só por e pelo amor, alcançamos.
PS: não vejam este filme. chama-se AMOUR. e fala do nada que somos perante a inevitabilidade
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