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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)
Há momentos em que é preciso fazer apenas isto: observar, respirar fundo e agradecer a simplicidade com que a vida nos troca as voltas, colocando no nosso caminho coisas e pessoas que farão com que a nossa vida mude para sempre no sopro de um segundo.
Já fora de horas fui “raptada” para um lanche. Entrei pela primeira vez numa casa na qual fui recebida como família, sem cerimónias e no entanto, com muito respeito. O dono da casa deixou as formigas andarem às voltas, põe mesa, tira mesa, fazendo um comentário ocasional, quase sempre em tom de brincadeira. E sentou-se à mesa connosco. Quando acalmou o rebuliço usual, do passa-me o leite, a manteiga, por favor, bebes café a esta hora? e afins, simplesmente, abriu um livro e leu, pausadamente um poema curto e belo que falava, claro, de amor.
Depois disso, queixou-se que quem tinha levado o pão se tinha atrasado muito! Tanto que o pão já estava frio! No meio da gargalhada geral (começámos a lanchar depois da meia-noite) não pude deixar de pensar o seguinte “ haverá forma maior de honrar um filho poeta, haverá melhor maneira de dizer o imenso orgulho que se tem nele, haverá maneira mais simples e grandiosa de dizer amor e partilhar esse sentimento do que esta?”
E soube que, da mesma maneira que a beleza do gesto me marcou para sempre queria guardar, fora de mim, o registo desta família, unida, feliz, amorosa para tudo e todos que me acolheu, assim, inesperadamente e partilhou comigo a mesa e, sobretudo, a sabedoria do amor imenso que faz crescer crianças e adultos, em sabedoria e felicidade.
homenagem
(provençal homenatge)
s. f.
1. [História] Juramento de fidelidade que prestava ao soberano o vassalo que recebia feudo.
2. Demonstração de veneração e respeito. = PREITO
(in Priberam)
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