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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)
às vezes tinha saudades. saudades do ir. da despedida. saudades do voltar. e deitada no banco debaixo do alpendre, fechava os olhos e lembrava. e sentia. e por uns minutos voltava lá. e era o calor. e o olhar. e era o cheiro...exatamente como se lembrava. mas a vida depressa a ia buscar àquele abandono, àquela segunda via da vida que ela guardava com cuidado entre as dobras do sonho. da única vez que tinha tardado em ir buscá-la foram dias, quase semanas de lágrimas ao canto do olho e de suspiros entrecortados. agora ia logo buscá-la. era um gato que lhe saltava para as pernas, uma amiga que se lembrava de telefonar, os vizinhos de verão que "não podiam deixar de a cumprimentar". e então a saudade ficava a meio. não havia despedida. as palavras ficavam penduradas e a ausência mais crescida...
Há entre mim e o mundo uma névoa que impede que eu veja as coisas como verdadeiramente são – como são para os outros. Sinto isto.
Fernando Pessoa
choveu até bastante e eu não dei por nada. De manhã quando saí para passear o cão, de chinelos e casaco por cima da imensa camisola de pijama, senti frio. Parece ter chovido muito mas está tudo sujo. Cheira a fim de verão. Sinto-me, mais uma vez, só.
A chegar ao fim de um ciclo sem ter a noção clara de quando ou de onde começou. Escolhi estar sozinha. Parece que há dias, assim de chuva e coisas sujas, em que a companhia me teria sabido bem. O colégio ainda não afixou horários, não sei que materiais vamos ter que comprar, não me apetece conduzir à chuva. Hoje trabalho em casa.
Estamos ambos desolados, o dia e eu. Apetece-me um abraço.
Estou cansada de ser só eu.
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