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sobre estados de alma e outras insignificâncias... :)
ouvem-se notas de jazz trazidas pelo vento e vê-se, à luz trémula de velas, uma sombra cambiante. Passa um fugaz tilintar de copos, o eco de um riso, por vezes soltam-se palavras entre notas e o vento traz aromas de sorriso. Cheira ao Verão das colinas italianas, a romances de ler ao sol, são as noites quentes do sul, cortinas transparentes que a brisa faz dançar e, até onde o coração alcança...o mar.
Dão as doze badaladas. Ao ouvir-se as guitarradas. Surge um luar que é de prata
A recatada donzela. De mansinho abre a janela. Vem ouvir a serenata.
Já o disse, escrevi, repeti e senti inúmeras vezes. Aliás, muitas mais foram as vezes em que o senti do que as que não. Poderá até ser o leitmotiv da minha vida. Pertencer e fazer parte são coisas muito diferentes. Faço parte de uma família, de um grupo de amigos, de uma associação, etc...mas jamais pertenci. Não pertenço sequer à minha família. Somos presentes e amigos, próximos, solidários mas...tirando o sorriso, uma expressão ocasional e, claro, alguns traços em comum, não me revejo em nenhum membro da mesma. Somos tão diferentes e temos (tenho?) uma filsofia de vida tão diferente que jamais se pensaria sermos irmãos. Ou primos. Ou parentes sequer.
Sinto-me diferente e quando olho para a vida vejo-me diferente. Sem juízos de valor. Mas sem encaixar. Muitos dos que me rodeiam são pessoas de sucesso numa ou outra área da vida, ou em várias. E eu também. Muitos dos que me rodeiam têm a coragem de viver a vida que escolheram viver. So do I. E no entanto...há em mim um vazio, ou um espaço, como uma falta sem nada me faltar...como se fosse uma peça que pertence ao puzzle, mas por alguma razão não encaixa... e, se bem que na maioria dos dias viva bem no limbo, há dias em que a diferença me pesa...
“She didn't belong anywhere and she never really belonged to anyone. And everyone else belonged somewhere and to someone. People thought she was too wonderful. But she only wanted to belong to someone. People always thought she was too wonderful to belong to them or that something too wonderful would hurt too much to lose. And that's why she liked him-- because he just thought she was crazy.” ― C. JoyBell C.
quando um sonho, sonho de vida e não sonho de sono, se torna cada vez mais presente e nítido, qundo a ideia nos surpreende nos mais inesperados lugares, momentos, quando o podemos ver tomar forma à nossa frente, nos surpreendemos a trabalhar para esse fim, ainda que apenas ao nível do projecto, abre-se o caminho da realização e pela berma estende-se, dengosamente, o medo...
You can dream, create, design and build the most
wonderful place in the world, but it requires people
to make the dream a reality.'
Walt Disney
Passo muito tempo a pensar -e culpar-me- por ser uma mãe chata. Aquela mãe que está sempre a corrigir a postura, a chamar à atenção, a dizer que " se pomos faca e garfo na mesa é para usar os dois" que "sim lavas os dentes quando acordas e depois do pequeno-almoço outra vez" e muitas outras coisas deste género...dou por mim muitas vezes a pensar se todos os momentos de mimos e risos e brincadeira compensam uma vida inteira de chamadas de atenção e a tentar, a cada dia, ser um pouco menos chata ou encontrar forma menos incisiva de dizer determinadas coisas porque a verdade é que me orgulho tremendament do meu filho, é um menino doce, compreensivo e meigo, inteligente e curioso que ocupa todos os primeiros lugares dos pódios da minha vida!
E depois tenho dias como este, em que tenho a possibilidade de o comparar durante várias horas ou dias de muito perto com outros meninos e, percebo que o trabalho de mãe, se bem que seja pesado no dia-a-dia e nos encha de dúvidas, é fazer dos nossos filhos meninas e meninos que não só nos encham de orgulho mas sejam elogiados e apontados como exemplo, que saibam estar em qualquer ambiente, em qualquer situação, não deixando de ser crianças, com tudo aquilo que lhes pertence...
Sou a mãe chata. Isso o meu filho já sabe. Até que ponto saberá o quanto me orgulho dele todos os dias???
The best way to make children good is to make them happy.
Oscar Wilde
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